Ventos e Marés
Ventos e Marés
A água toca gentilmente nos meus pés,
Olho carinhosamente para o mar que sai da baía.
As recordações enchem-me a mente,
Tantas viagens, tantos horrores, tantos amores...
O meu corpo transporta orgulhosamente as marcas
De tantas viagens de morte e sofrimento,
mas imaculado de qualquer coisa que transmita felicidade.
Não que os momentos não tenham existido,
Apenas não deixaram marcas...
São apenas ténues memórias do que um dia foi...
Memórias esquecidas, mas trazidas por uma nova maré.
Não sei porque as esqueci, talvez por saber
Que é a bonança antes da tempestade.
Mas então porque me agarrei à tempestade?
Para me agarrar à dor do poeta?
Para alcançar as palavras que apenas a tempestade traz?
Não sei, nem sei sequer
Se importa...
Contudo o sentimento da bonança
Vem de novo, com o soprar do vento.
Sinto-me perdido,
Apesar de tudo o que foi aprendido
Também o foi aparentemente esquecido...
Sou então preenchido com um sentimento de jovem,
Aquele sentimento ingénuo e puro.
Sentimento que nos enche de esperança,
Que nos faz acreditar que é realmente possível mudar o mundo.
Sentimento que nos faz esquecer as chagas que carregamos.
Por momentos voltamos a sonhar,
Por um instante voltamos a viver.
Normalmente apenas cito pequenas porções de texto que acho importantes ao raciocínio que pretendo apresentar, contudo hoje deixo um poema de Pessoa pois acho que simboliza bem o que está por detrás de excrever um poema.
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
A água toca gentilmente nos meus pés,
Olho carinhosamente para o mar que sai da baía.
As recordações enchem-me a mente,
Tantas viagens, tantos horrores, tantos amores...
O meu corpo transporta orgulhosamente as marcas
De tantas viagens de morte e sofrimento,
mas imaculado de qualquer coisa que transmita felicidade.
Não que os momentos não tenham existido,
Apenas não deixaram marcas...
São apenas ténues memórias do que um dia foi...
Memórias esquecidas, mas trazidas por uma nova maré.
Não sei porque as esqueci, talvez por saber
Que é a bonança antes da tempestade.
Mas então porque me agarrei à tempestade?
Para me agarrar à dor do poeta?
Para alcançar as palavras que apenas a tempestade traz?
Não sei, nem sei sequer
Se importa...
Contudo o sentimento da bonança
Vem de novo, com o soprar do vento.
Sinto-me perdido,
Apesar de tudo o que foi aprendido
Também o foi aparentemente esquecido...
Sou então preenchido com um sentimento de jovem,
Aquele sentimento ingénuo e puro.
Sentimento que nos enche de esperança,
Que nos faz acreditar que é realmente possível mudar o mundo.
Sentimento que nos faz esquecer as chagas que carregamos.
Por momentos voltamos a sonhar,
Por um instante voltamos a viver.
Normalmente apenas cito pequenas porções de texto que acho importantes ao raciocínio que pretendo apresentar, contudo hoje deixo um poema de Pessoa pois acho que simboliza bem o que está por detrás de excrever um poema.
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Tormentedly Yours
Mente Atormentada
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