Wednesday, November 08, 2006

Raiva Interiror

Estou particularmente estranho, devia ir embebedar-me mas tenho de escrever, uma necessidade compulsiva que não consigo controlar.

Sinto dentro de mim uma raiva crescente, estou numa luta interior....e ao ouvir a música Wicked Garden dos Stone Temple Pilots, fiz uma pequena associação ao que se está a passar comigo nos últimos tempos.

Can you see without eyes?
Can you speak without lies?

Depois de tanto tempo "morto" e agora a querer viver pergunto-me se consigo ver sem olhos, por outro lado também me pergunto se consigo viver sem estar rodeado de mentiras, pos é nisso que a nossa sociedade assenta.

Digo a mim mesmo que me consigo voltar a levantar, voltar à alegria de outrora.

I can drown your sorrows
I'm gonna burn, burn you to life now
Out of the chains that bind you

Mas volto a questionar-me

Can you feel pain inside?
Can you love?
Can you cry?

relembro-me da dor que ainda está dentro de mim, dor que inevitavelmente se tornou em raiva. Raiva que me alimentou durante tanto tempo, e agora pergunto-me se ainda sei amar ou chorar...sentir de alguma forma normal que não os recantos mórbidos que criei em alturas em que a minha sepultura se dirigia para o vazio.

Voltar a amar a vida, uma simples paisagem sem procurar a beleza da morte nela, um simples sorriso, será que ainda o sei fazer?

Can you see just what I want?
Can I bring you back to life?
Are you scared of life?

Não sinto medo de viver, nem sofrer..já passei por e ainda estou cá, mas esta dictomia interior aumenta, a raiva aumenta há medida que o confronto entre as minhas personalidades aumenta. Por vezes parece que vou rebentar, magoar alguém só para libertar a raiva que sinto cá dentro, apesar de já ter sido essa a minha solução agora não quero voltar a seguir esse rumo.
Já o fiz e não gostei do porto onde atraquei...apenas cavei mais a minha sepultura, não pelo acto em si mas por o mal que fiz a outro para eu ficar melhor.

A minha raiva tem de ser tratado por mim, se há alguém em quem descarregar sou eu. Mas não, em vez disso apetece-me escrever e escrever com uma raiva e rapidez que nunca utilizei.

Tento seguir uma linha de raciocínio, mas não consigo demasiadas ideias vêm à cabeça...sinceramente nem devia escrever aqui, a confusão é demasiada.

Agora só penso em destruír parte do meu passado, para acabar com esta dictomia que me atormenta actualmente.

Burn, burn, burn
Burn your wicked garden down
Burn, burn, burn
Burn your wicked garden to the ground

Mas não é assim que resolvo os problemas, apenas me tornaria ingénuo outra vez. E não é isso que preciso, não evoluí para nada...neste momento preciso apenas de me focar no que me importa neste momento e decidir ir por essa rota. Voltar a rumar de porto em porto para um novo desconhecido seja ele um lugar ermo onde passei os últimos anos ou a sítios onde posso voltar a sentir.

E com isto me despeço pois já nem a mim faço sentido, embora por vezes pareça ver uma linha de raciocínio a tentar sair.

Tormentedly Yours

Mente Atormentada

Monday, November 06, 2006

Evolução?!

Mais uma noite em claro....contudo não me sinto cansado nem em degradação.

Penso que cheguei a uma conclusão....sinto-me vivo, acho que é altura de por alguma da bagagem no fundo da minha consciência e sair da minha campa onde durante muito jazi inerte.

The News Of My Death Have Been Greatly Exaggerated (Twain)

Este caminho foi tortuoso e possívelmente com bastantes perdas, mas foi o necessário processo de cura. Dou por mim a pensar o que fazer deste buraco - recanto - onde por tanto tempo me refugiei, penso se o vou cobrir de terra como tenciono fazer à minha sepultura ou se o tempo que passei a estudar e compreender este estado pode ser continuado mesmo já não pertencendo a ele.

Não é justo destruir o sítio onde sempre me considerei em casa, mesmo que já não me sinta, mesmo que já não pertença. Pois há sempre uma parte de mim que vai pertencer aqui, ainda que neste momento esta escondida num recanto qualquer do meu subconsciente.

Para mim sempre foi fácil, intuítivo diria mesmo escrever sobre este tema,seja lá qual for o tema deste espaço, morte, incompreensão, desilusão, solidão, sinceramente não sei....mas o que é certo é que compreendo e aceito este estado de espírito.

Com o correr das horas e sentindo-me bem aqui e não estando mentalmente em algum estado que por vezes me leva o fundo da existência, penso que valerá apena continuar com este espaço. Provavelmente algo modificado pois já não são assuntos que me atormentem tanto com outrora, ainda me são próximos e que não me parece bem irradia-los da minha parca existência.

Pela primeira vez desde que aqui entrei não me sinto a levantar questões mas sim a encontrar respostas, penso que seja um bom sinal.

Por isso continuarei com este espaço mesmo que ninguém leia, serve sempre para pôr algumas ideias em ordem.

Só me resta despedir até à próxima vez que passe por este lugar ermo mas sempre aconchegante.

Tormentedly Yours

Mente Atormentada

P.S. - Don't worry so much, things are flowing in the right river this time (or so it seems)

Friday, November 03, 2006

Degradation Trip

Mais uma semana estranha, mais uma noite em claro, mais um gin....

Não me sinto bem, demasiadas interrogações pairam na minha mente neste momento.....dei por mim a pegar num cd no qual já não pegava há algum tempo - Degradation trip - e depressa associei ao que sentia esta momento, mais uma viagem de degradação.

Foi como um reencontro com uma velha amiga...já não "abraçava" a morte à algum tempo...foi um bom reencontro.

Como diz uma amiga: "tu gostas tanto de te sentires em baixo, que quando estás bem arranjas problemas para voltares para o buraco". É possível, mas com tanta coisa a acontecer ao mesmo tempo já não sei se são novos problemas ou problemas por resolver que vêm ao de cima.

O que é certo é que a beira de mais um psychotic break me sinto mais calmo, embora já não aprecie esta sensação com outrora o fiz

I feel the fear take hold
Reside in darkness, thrive where most won't go
Adrift, I curse this gift
And hope you never know

(...)

Feel like a psychotic break comin' on
Chalking up my dead friends
And loved ones long gone

Inevitavelmente penso porque volto a este estado, se sei onde estou devia saber como cá cheguei...mas não, nunca é bom chegar a um porto sem saber que rota se traçou.

Puxo mais um cigarro, será que a solução está no fundo do maço ou da garrafa? a noite ainda é longa.

Penso no que ela me disse, será que estou mais confortável quando estou em baixo? com tanta coisa a acontecer pode ser isso, pode ser mais uma protecção, assim não me podem mandar mais para baixo. Mas o estranho é que isso não faz parte da minha maneira de ser, ou será que faz? possívelmente mudei ao ponto que já não me reconheço...se calhar os dissabores da vida fizeram-me perder o gosto de arriscar e de voltar a sair magoado, de voltar a perder forças. Penso agora se o passado tivesse corrido de outra maneira, se tivesse desaguado noutro mar, se a bagagem não fosse tanta e tão pesada que provavelmente não estivesse a embarcar noutra viagem destas.

There's no flesh, my own ghost awaits
Unclean, defiled, hallucinatory state
Lust, sloth, not my only sins
It's just how, when it's time, on a degradation trip...yeah

When hurting yourself feels right
Long gone the will to fight
Take the time to pull the weeds choking flowers in your life

Or seal your doom
Cold transparent blue
Locked inside a room
In solitude
Insanity takes you
So black it's untrue

Solidão, uma constante ao longo dos últimos anos, uma escolha...algo pensado e executado com bastante perfeição...penso noutra coisa dita por essa mesma amiga: "Os outros não têm culpa da bagagem que trazemos, não os devemos isolar ou "maltratar" só por causa do caminho que já precorremos."; é verdade, mas também aquilo que somos hoje é pelo caminho que fizemos e o que aprendemos dele. Não é justo para os novos companheiros de viagem, terem direito a conhecer menos de mim que outros em viagens passadas, mas nas viagens anteriores se calhar sofreu-se onde não se pensava - mas citando o outro Life is pain - só consigo pensar se ainda sei voltar ao que era, não em termos de ingenuídade mas à alegria há muito esquecida.

Glass cuts up your hide
Black mark on your soul
Burning up your life

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Separating self from dream, harsh reality
And though it hurts, embrace the truth and from fear be set free

Sinto-me cansado....não sei porquê, a este ponto já pouco sei..será que ainda sei viver?

Should I live so long
To see 'em dropping bombs
Hope I have you near
Check out what comes after here...

Chego ao fim de mais um primeiro capítulo neste viagem tão familiar e tenho apenas um último pensamento

All dreams have died along the way
I coughed up the price, I bought a cage
I've had a hell of a time since I went away
Don't know when I died or where to lay down

Por hoje chega..vamos ver como é que corre o resto da viagem em mais uma degradação tão familiar, ou se consigo sair nos primeiros portos por onde ela me leva

-Todas as letras são do album Degradation Trip, Jerry Cantrell -

Tormentedly Yours

Mente Atormentada

P.S. - Obrigado por momentos de sanidade, you know who you are